quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Último encontro do Grupo de Vivência em 2017.

“Uma flor rasgou a rua, desafiando a inércia cinza do ódio...” Com essas palavras, o jovem João Damásio (Espírita) conduziu o Grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia a construir as memórias  que nos mantêm vivas e vivos na caminhada pessoal e coletiva.
 Para desafiar a inércia cinza do ódio é preciso fazer a hora; caminhar, cantar, dar os braços e seguir a canção. Assim, outro instrumento que contribuiu com a construção das memórias foi a música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré. À medida que se escutava a música, escrevia-se palavras que ela fazia ecoar em nós (escuta da música e memórias da Vida).
E para falar de flores, é preciso deixar-se conduzir pelo Espírito e não por legalismos e moralismos que matam os corpos. Nesse sentido, a Pastora Patrícia, da Igreja de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), provocou o grupo a refletir sobre os frutos do Espírito, a partir do pequi. O que o pequi tem a ver com os frutos do Espírito?
O pequi nos ensina a perseverança, a resiliência, a resistência, a transparência e a sermos  pessoas portadoras de  sabores e cheiros, e não de ódio e violência. Ele se desenvolve livremente em solo seco e árido, com a colaboração de outros seres; não basta a si mesmo.
O pequi tem um gosto vivo, provoca dedicação e cuidado. Assim é o amor; exige delicadeza, amabilidade e paciência no preparo (conforme o jeito que pega, toca, ele amarga e já não fica tão saboroso). O pequizeiro é uma árvore de múltiplos valores: ecológico, cultural, gastronômico, medicinal, econômico e ritualístico. Essa diversidade só realça a sua simplicidade e autoridade. O pequi faz parte da identidade dos povos do Cerrado; identidade que congrega, convida para a festa, ao fortalecimento da cultura, à liberdade de servir por amor.
O pequi não é medido pela rapidez na produção e no lucro, mas pela constância e fidelidade em ser o que é, em se doar (até a amêndoa!), apesar do seu tronco e galhos tortuosos. Aliás, um pequizeiro pode demorar até 28 anos para começar a dar frutos. Percebe-se que o desmatamento desenfreado do Cerrado, entre outras coisas, prejudica por muito tempo a produção de novos frutos e impacta gerações.
A flor do pequi é frágil; a qualquer vento ela  se desgruda do caule, como um ser chamado para a liberdade. Conforme a carta aos Gálatas “é a liberdade que recebemos de Deus que nos faz produzir frutos e não a lei” (Gl 5:22). A lei mata, o Espírito vivifica (2Cor 3:6). E, segundo as memórias que as comunidades fizeram de Jesus, ele nos chamou para a liberdade, para que nos deixemos guiar pelo Espírito. O Espírito sopra onde quer e não se deixa prender nos parâmetros que as sociedades constroem culturalmente como verdades. O Espírito é a flor do pequi – flor que se desprende do caule, que rasga a rua e desafia a inércia cinza do ódio.
Dessa vez, o Grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia se encontrou no dia 27 de novembro de 2017. Contou com a participação de 9 pessoas, sendo 4 mulheres e 5 homens. Do total, 1 jovem.

Múria, sistematizando uma vivência ecumênica coletiva, Goiânia – 28/11/2017.


segunda-feira, 29 de maio de 2017






O grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia, do qual o CEBI faz parte, continua nos processos de organização da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), a qual acontecerá de 28 de maio a 04 de junho de 2017.
E ontem (28/05/2017) aconteceram duas celebrações de abertura. A primeira ocorreu na parte da manhã, na Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, situada no município de Aparecida de Goiânia. A segunda celebração foi no período da noite, numa Igreja Católica Romana, mais especificamente na Paróquia do Divino Espírito Santo, Setor Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A SOUC deste ano traz como tema “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos move; fundamentado em 2 Coríntios 5:14-20, o tema também faz referência aos 500 anos da Reforma Protestante.
A Pastora Patrícia Bauer, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), alerta que “se é o amor de Cristo que nos move”, essa semana nos convida a refletir “que nenhuma convicção religiosa é maior do que o amor de Cristo que nos une”. Diz ainda: “É motivo de imensa alegria vivenciar aqui que não somos mais irmãs e irmãos separados, mas filhas e filhos de Deus”. O Monge Cristiano, da Sirian Ortodoxa, convida a comunidade a pensar que “a reconciliação nos leva a um mundo melhor, de respeito ao outro, independentemente da raça, cor, religião...”. Ao refletir sobre o tema, o Padre Tino (Igreja Católica Romana) diz que “Deus é muito maior do que as nossas verdades. Ele não fica preso ao modo que o entendemos, ao modo de oração de uma determinada confissão religiosa, pois o Espírito é livre, ele sopra onde quer”. Continua dizendo que “reconciliar não é fingir que os conflitos não aconteceram e acontecem, mas derrubar os muros que separam as igrejas/religiões e criar laços de amor”.
A abertura da SOUC contou com a participação de aproximadamente 600 pessoas. Denominações cristãs presentes: Batista, Luterana (IECLB), Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA) e Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).

Grupo de Vivência Ecumênica/CEBI, 29 de maio de 2017.