terça-feira, 1 de novembro de 2016

A Contribuição da Reforma Protestante para a Educação


No dia 31 de outubro, data em que se celebrou os  499 anos da Reforma Protestante, o Grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia se reuniu mais uma vez, conforme seu costume mensal.
Quem coordenou o encontro foi a Pastora Patrícia Bauer, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Ela inicia dizendo que comumente tem-se a ideia de que a Reforma Protestante atingiu apenas o âmbito eclesial, mas não! Ela alcançou outras esferas da sociedade, entre estas a educação escolar. Patrícia reforça que tendo em vista que na Idade Média a igreja era a única responsável pela organização e manutenção da educação escolar, a Reforma trouxe momentos determinantes para a educação, uma vez que o movimento reformista instigou a educação pública, universal e gratuita, para quem não pudesse custeá-la, pois sendo de responsabilidade apenas da igreja, beneficiava poucas pessoas e, diga-se de passagem, as mais providas de recursos. Nesse sentido, o educador espanhol Lorenzo Luzuriaga, afirma: “a educação pública, isto é, a educação criada, organizada e mantida pelas autoridades oficiais – municípios, províncias, estados – começou com o movimento da Reforma Protestante”.
Além de Luzuriaga, o pastor luterano Walter Altmann assinala que Lutero “rompeu com o ensino repressivo, introduzindo o lúdico na aprendizagem. Amarrou o estudo das disciplinas a um aprendizado prático. Também lutou por boas bibliotecas, dentro de sua ótica cristocêntrica” (livro Lutero e a Libertação).
Por sua vez, a Patrícia reflete ainda: “Lutero em uma das suas prédicas fez uma pronúncia enfática sobre a necessidade das autoridades civis investirem na educação que forme pessoas pensantes e criativas, para além da igreja”. E continua: “como o movimento da Reforma pode nos motivar a pensar ações contra a PEC-241? A fortalecer a luta da juventude por uma educação pública de qualidade? De que a forma a luta da juventude por educação dialoga com o movimento reformista?”
O grupo refletiu que os  projetos de lei da atualidade (PEC 241 e Escola Sem Partido) vão de encontro ao contexto educacional medieval questionado pelo movimento reformista. Então, é necessário movimentar-se nessa realidade e à luz da Reforma Protestante  apoiar as lutas que desafiam a sociedade a promover uma educação integral.
Múria
Grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia – 01/11/2016

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